quinta-feira, 8 de novembro de 2012

portal espaço

o que não se guarda em seu conteúdo
amanhece com toda a sua fragilidade
nem confissões secretas ou deuses de algibeira
só te encontro em minha morada mais interna
de meus sonhos franzinos nascem gigantes

será a voz que de ar ficou cheia e brotou trovões
ou de sua minguada tez roçou as cordas evocações do tempo sem prisões
[ao que pese lembrar o inventor dessas canções]

amiga era de eterna rendição
não entrego o que de mais frágil aqui tenho e lamento
como cântico ferido tenho tido mil e um livros
mas de minha fácil espera nada tenho sido
o que trago de fruto doce e terno a esse mensor?

fiz um fingido torpor
dormi de manhã e à noite escritor
nas telas de sonhos cansei de pintor
em margens telas de silêncio perfume flor

a terra é sua grande esfera

nada há que não o guarde maior

Nenhum comentário:

Postar um comentário