quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eco-ar

Ecos de encontros que enunciamos em meio a tantas ausências
como de tuas parelhas se criaram essas ventanias?

pode a ilusão dar luz a verdade?

pare o medo algo diferente do horror?

o que magnífico há para brotar no amor?

de nossos sons o que pode brotar?
Ainda vejo recobertas as nuvens desse tempo

mas seria isso efeito de ventos outros ou vista cansada-falida-embotada pela mente-visão?

o que pode ser visto que não esteja dentro-fora do que se vê?

é mesmo o visto diferente do que vê?

De meus malditos a benção.

Creação

do nada tudo evolve

Re-criação

de si recriou como se fosse outro

Materno

embalo canto
em teu encanto faço-me ensolto engenho envolto

mentira

verdadeiramente

perdição

mais uma vez me perco no que não é para encontrar o que é

noite sonho

no sonho anunciado o grito
silenciosamente minto

noite de imagens

na noite eterna do sonho
ouço o grito ecoar distante
nada há daqui sem tua presença

Única Presença

no silêncio de tudo escuto
nessa ausência presencio
nessa ausência: Presença
nessa presença ausência
nessa presença: ausência
só de anuência se chega ao que está além da ausência - presença

nada há que de distância se faça presença pela sua presença
não há um só que não se veja no Só
o deus de nós mesmos é maior que nós
de nossa solitude nasce um deus

exato tamanho


o silêncio tem o tamanho da nossa solidão

il

de teus silêncios espelha essa grandeza

qual doce e pequenina flor

nem maior nem menor

emissões de postagem


Tua coragem hoje se pode ouvir no escuro

emito

nesses silêncios demito o que é som

só o que ouço é sim

nada há que não se ouça silêncio

sil

silêncio

silente

para além da mente

presente

sóis de flores

silêncio

flores

silêncio de sóis

aumente silêncio

encontro

de vento em aldeia desce

a tua doce imagem de gente idealmente

quem de novo sente presente o que antes se fez ausente

siiiiiiyyyuyyuuhhhhhh

silêncio

ecos de vozes (paisagens)

a tua veia corre ausente

comigo podes contar
a tua distância

nada há que se possa sonhar

a não ser esse sonho que sonha
esse nosso sonhar

nada há
a não ser o que não há
a não ser o ser não estar

perdida alma
encontrada em meio aos seis bilhões de sons

som de tudo
som em pé

ecoar-publico

republica

é publicação o que de fato silencio

na mesma solta verdade
nada há que em ti se nos informe paisagem
a mensagem guia

nossos pés que carregam saudades

nossas mãos que acenam de vida

encontrando o dia a dia

dia de mão em mão encontro de via
caminhos recentes que escolhemos traçar

diva
de cada vívida
vale o que vida
vede encontre a tua vinha
dívida dividida

desenho que outro mesmo traçado o nosso senhar
desenho
senho
de senho

é nosso esse roto que senha de noto co noto
é noto esse nosso senhar de senha desenhar
a chave de novo eco-ar

Amor e silêncio

És a guia do sonho

és a minha rainha
de tempos em tempos eu posso avistar

do alto da torre no monte luar

de cada paisagem de terra e de mar

a vida logo se faz viva

e aviva o que de ti em mim há

és a meta de vida a dívida que hei de envidar
que me engravida de mim em nós
de vida divide o que é amplo, Um

solto reconheço fora de ti nada há

interregno

Falo-lhes o seguinte:
Cantei em faustos banquetes, como se faz de mente torpe
embriagado pelos minaretes e as dançarinas decentes
pela cor-belga que sua dança trazia de cor
de meu canto pude entoar

Que de eras e eras verde pode ser o cão menor
a ursa distante não serviu ao que navegou de ser
mas a vida vera não se via pois de meu canto de mar

pude por-me a linho e fazer de obras todas as canções
naveguei sozinho em nuanças tolas entre multidões
oiros descobertas frestas de eterno luar na voz
ouvia discreto dançava ao teto com a dança em paz

essas toucas todas loucas e soturnas alegres fainéis
trouxe tudo em conta na preciosa vida que desperdicei
onde fiz caminho e de tanto esgar deixei desencaminhar

***

Esse intervalo de fala uso para aduzir
que após esses passos pude viver
tudo que cantei e não aproveitei no valor de ser
no entanto que disso tudo podia me servir?

percorri embarcações densas redes de mar
como se de tudo me fizesse dono até do luar
cada descoberta era um bom bocado que enchia
tomando à conta de tamanho que em verdade não possuia

lancei pois de mim mesmo a mais amarga face
mesmo que se me fizesse amigo e provasse
que de alegria tonta e de devaneios
podia ludibriar a sorte que me fez sozinho
traçando novas rotas para o mestre caminho
distante mais me fiz das metas de anseios

***

Assim é mar e é terra o balanço eterno
a dança da vida o sempre ecoar
a me enredar em sua rede-teia
em seu embalo de manha maternidade
ensinando que em cima ou embaixo
desse ou do outro lado do mesmo
é no centro que mora o achado
é bem dentro que já fora faz-se medo

humildemente recomeçamos
mesmo que na rota nos percamos de mar
nos percamos de terra novo navegar
mesmo que começo se faça alinhar
começamos na vida a cada tempo
o que o silêncio nos pode guiar


portal espaço

o que não se guarda em seu conteúdo
amanhece com toda a sua fragilidade
nem confissões secretas ou deuses de algibeira
só te encontro em minha morada mais interna
de meus sonhos franzinos nascem gigantes

será a voz que de ar ficou cheia e brotou trovões
ou de sua minguada tez roçou as cordas evocações do tempo sem prisões
[ao que pese lembrar o inventor dessas canções]

amiga era de eterna rendição
não entrego o que de mais frágil aqui tenho e lamento
como cântico ferido tenho tido mil e um livros
mas de minha fácil espera nada tenho sido
o que trago de fruto doce e terno a esse mensor?

fiz um fingido torpor
dormi de manhã e à noite escritor
nas telas de sonhos cansei de pintor
em margens telas de silêncio perfume flor

a terra é sua grande esfera

nada há que não o guarde maior

vaso santo

neutralidade que se espera de sua mensagem

nessa terra é que tem se falado em ciência
há um jeito de perseverança no ar

anuncia a calma ria

estrelas parecem distantes
bandeiras se rasgam com o tempo

o que permanece ao menos?

ó noite que se faz causa de tantos desenganos

riso solto

não se ria que tudo fizesse sentido ainda mais agora
na lógica do filho

na próxima folga no velho piso

sem chão ou cobertura

o que tentou dizer sobre a sua miséria in-(e)terna




jogo de tempo outro

desde que aqui cheguei tenho jogado um pouco com esse tempo

na paisagem ventre distante
no meio do dia na hora de transe

cada um veio é esse triste ecoar

silencioso e solto
como quem recomeça

nada há que o impeça
nada há

nem mesmo o passo  na caverna
nem mesmo a culpa o verbo interno

o que pode haver de sonho em meio a tudo isso?

Beleza propalada
poetas em calçadas

anunciam a sua chegada:

Amor! Amor! Amor!
a tua luz de tarde é esse esplendor que meus olhos bebem

nem sobre os telhados ou as ramagens da figueira

escoa em meu peito